Pra onde vai?

Um mergulho no que, para mim, é nostalgia. Para outros é apenas mais uma etapa do percurso.

O Bairro das Indústrias, periferia de João Pessoa onde cresci, é até
hoje isolado por fábricas, matas e rios.

De certa maneira, muito de minha vida se passou dentro deste
isolamento, sempre vendo as mesmas pessoas e lugares.

O transporte coletivo foi o que me transportou para o mundo
exterior e me fez descobrir a cidade que eu morava.

Gosto de pensar que observar atrás daquela moldura de janela
de ônibus foi minha primeira experiência fotográfica.

A solidão e contemplação no transporte público é algo que sempre mexeu comigo.

Sempre tive curiosidade acerca dos personagens que observava.
Quais suas histórias? Pra onde estão indo? O que estavam
fazendo? Porque sorriem ou choram?

Neste ensaio eu tento retratar um pouco do
fascínio por este outro desconhecido.

Ao passo que tento também retratar também sua dor, desgaste, agonia, e cansaço intrínsecos ao transporte coletivo em João Pessoa.

A volta para casa, que deveria ser um alívio, torna-se um martírio em que as paradas servem de contagem regressiva para o fim.

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